A perseguição dos católicos franceses por calvinistas



"Os que persistirem nas superstições do anticristo romano… devem ser reprimidos pela espada."

(Harkness, Georgia, John Calvin: The Man and His Ethics, NY: Abingdon Press, NY, 1931).
Na primavera de 1561 os calvinistas da França tomaram as armas sob Conde e Coligny e marcharam pelo país para pontos específicos, sob a chefia de pregadores geralmente armados até os dentes. Enquanto estes homens bradavam contra a Igreja e pregavam mais fervorosamente aos maometanos que aos que se chamavam cristãos…começaram a saquear as casas de bispos e igrejas, para destruir altares e imagens de santos, e a depor os católicos de suas armas.

O ódio que há muito tempo havia rondando veio à tona com toda a sua fúria. Quase simultaneamente, como se organizados por um sinal, grupos organizados de calvinistas se lançaram contra as igrejas católicas, conventos, escolas e livrarias. Saquearam todas as sessenta igrejas e conventos em Montpellier, e trataram à espada 115 sacerdotes e monges.Em Nimes empilharam estátuas e relíquias e queimaram tudo em frente à catedral principal, dançando ao redor as chamas que cresciam, felizes por se terem livrado das missas e da "idolatria", e por destruírem as igrejas. Em Montauban retiraram as clarissas de suas celas e as expuseram quase desnudas ao ridículo em frente à uma platéia, que as insultavam e propunham casamentos. Em Dezembro, em Castres, um consistório calvinista, ou Sanhedrin, ordenou levar todos os que estivessem andando nas ruas para ouvirem os sermões dos huguenotes. Padres eram arrastados para fora das igrejas, camponeses eram forçados a ver pastores entortando seus narizes contra a missa, a confissão, o papa. Os campos e cultivos dos moradores de vilas católicas que se recusavam a ouvir as pregações eram queimadas ou cortadas.

Em um ano, segundo as estimativas dos próprios calvinistas, foram mortos cerca de 4000 padres, monges e freiras, 12000 freiras expulsas e maltratadas, 20000 igrejas saqueadas e 2000 mosteiros destruídos, com suas relíquias e obras de arte preciosas? (Novuvelle Collection de memoires relatif a l’histoire de France, Ch. XI, p. 512).

Os raros manuscritos do mosteiro de Cluny foram perdidos, junto a muitos outros. Vasos sagrados eram usados para transportar dinheiro para pagar mercenários alemães.

Coligny teve participação ativa nas atrocidades. Era tão cruel, principalmente com padres e freiras, que os católicos o chamavam de Holofernes. Em alguns lugares, as vísceras das vítimas eram recheadas com palha e dada aos cavalos dos huguenotes. Centenas de vilões e vilas foram saqueadas e queimadas. Lyon e seu comércio próspero estava em ruínas.

Esta fúria, cultivada avidamente, não se esgotava a não ser com a morte, e às vezes nem com ela. Não somente o túmulo de William o Conquistador foi destruído, como os corpos de homens e mulheres santas, que em vida dedicaram seus esforços ao bem, eram retirados de seus jazigos e arrastados pelas ruas, queimados e suas cinzas lançadas ao rio.Um indivíduo jogou a imagem de São João de uma ponte em Orleans. Fanáticos jogaram os restos de Santo Irineu e São Martinho de Tours no Loire. Em Poiters, Destruíram as relíquias de Santo Hilário, e várias das obras escritas por ele. Ao profanar a tumba de São Francisco de Paula, em Plessisles-Tours, encontraram o corpo incorrupto após quase meio século de sua morte. Ao contrário de se surpreenderem com o sagrado fenômeno, arrastaram o corpo pelas ruas e o queimaram. Algumas das ossadas dos santos foram depois encontradas pelos católicos e guardadas em outras igrejas.

Não somente os que puseram suas vidas ao serviço de Cristo, mas o próprio Cristo, parece ser alvo do ódio dos que se autoproclamam cristãos, e que ensinam a condenação dos infantes e a predestinação de almas ao inferno. Como em todas as revoltas anti-cristãs, imagens de Jesus foram depostas, quebradas e demolidas. O corpo de Cristo foi constantemente profanado no santo sacramento. Em Nimes, em Paris e em outros lugares, os sacrários eram abertos e as hóstias jogadas no chão, sendo pisadas pelos calvinistas e por seus cavalos.

Apesar dessas atrocidades serem cometidas por uma minoria em um país com maioria católica, as forças nacionais pareceram paralisadas e impotentes. Os calvinistas possuíam amizades no parlamento de Paris e maioria nos governos dos Estados. Sempre haviam homens que podiam protegê-los de qualquer tentativa de punição.

Catherine, inspirada por l Hospital, redigiu um Edito em Janeiro de 1562 em que permitia aos calvinistas seu culto de adoração fora das cidades, com a condição de que as igrejas fossem restauradas e cessassem as violências. Não surtiu, contudo, efeito algum. Utilizando a vantagem da união do Estado com a igreja, destruíram a catedral na cidade de Beza, e expulsou o clero. Em Gascony, nenhum padre poderia ser encontrado há 4 milhas de distância. Mais freiras foram retiradas à força dos conventos, mais sacrários abertos e profanados. Em Fevereiro, logo após o início do Concílio de Trento (com delegados franceses presentes, graças à determinação do cardeal de Lorraine), setenta pregadores calvinistas se encontraram em um Sínodo em Nimes e planejaram destruir todas as igrejas católicas da cidade. Prontamente puseram a decisão em prática, queimando e destruindo igrejas, e expulsando todos os padres. O reino do terror não foi dirigido por pessoas ignorantes, mas um elaborado plano de destruição, espoliação e dor.

Muitos católicos que haviam suportado a facção de Coligny por razões políticas, como os feudos dos Guises, agora reagiram. Anne de Montmorency agora fazia parte do círculo católico, Anthony of Navarre se converteu ao catolicismo, uniu-se ao duque Francis de Guise e propôs que se estabelecesse a inquisição para sanear a França. Mas era tarde para uma tentativa de paz.

Em Vassy, os Guises foram ao encontro de cerca de 700 calvinistas, armados, propondo um encontro numa fazenda. Uma disputa surgiu entre alguns homens do duque e os calvinistas. Quando Guise tentou evitar a briga por vir, um calvinista o atingiu. Alguns dos homens de Guise atacaram e mataram cerca de 15 calvinistas, e feriram quarenta outros.

Autor: William Thomas Walsh
Fonte: www.veritatis.com.br

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